RESUMOS APRESENTADOS

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 2770 Resumo encontrados. Mostrando de 381 a 390


PN-R0310 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 15

Letramento em saúde bucal em comunidades com isolamento geográfico no sul do Brasil
Rafaella Bom Dos Santos Hochuli Schmitz, Amanda Cristina Rocha, Sophia Lecheta Venske, Gabriella Mazzarolo, Fabian Calixto Fraiz
ESTOMATOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Esse estudo transversal avaliou a influência do isolamento geográfico no nível de letramento em saúde bucal (LSB) em comunidades remotas no sul do Brasil. Foram envolvidos 173 pais de crianças da rede municipal de educação de Guaraqueçaba, PR. Para acessar o LSB foi utilizado o instrumento Oral Health Literacy - Adult Questionnaire (OHL-AQ) em sua versão validada para o português do Brasil. As seções compreensão da leitura, numeracia e tomada de decisão do OHL-AQ foram incluídas e o resultado dicotomizado pela mediana. O município apresenta isolamento geográfico sendo maior nas comunidades insulares e rurais seguida da sede administrativa. Análises univariadas e múltiplas de Poisson com variância robusta foram realizadas para verificar a associação do LSB com as covariáveis (α=0,05). A idade média das crianças foi 7,18 (SD= 1,77) anos. A maioria residia em área rural remota (43,7%), seguida da área insular (34,7%) e da sede administrativa do município (22%). O grau de isolamento geográfico da moradia foi associado ao baixo LSB dos pais. Baixo LSB dos pais foi mais prevalente nas regiões insulares (RPa= 2,033; IC= 1,244 - 3,322) e rurais (RPa= 1,715; IC= 1,055 - 2,788) quando comparado com a sede administrativa. Pais com menor estudo formal apresentaram prevalência de baixo LSB 64,7% (IC95%= 1,203 - 2,255) maior daqueles com maior estudo formal. Crianças que nunca consultaram o dentista tinham pais com maior prevalência de baixo LSB (RPa= 1,603; IC95%: 1,237 - 2,078) quando comparadas com aquelas que já haviam realizado consulta odontológica.

O maior isolamento geográfico foi associado de forma independente ao menor LSB. É necessário reduzir as barreiras de acesso aos serviços odontológicos e estabelecer estratégias para melhorar o nível de LSB.

PN-R0313 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

A Trend da infração ao Código de Ética Odontológica:
Geovana Vieira, Tânia Adas Saliba, Cristhiane Martins Schmidt
Saúde Coletiva UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARAÇATUBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

As infrações éticas cometidas por perfis de clínicas odontológicas na rede social Instagram trazem à tona profissionais por vezes mal informados e sem conhecimento sobre o Código de Ética Odontológica (CEO). O propósito do presente estudo foi analisar o perfil no Instagram de Clínicas Odontológicas e avaliar as infrações cometidas ao CEO. Foram avaliados o perfil de 103 clínicas odontológicas na rede social Instagram no mês de Março de 2024. Entre os critérios para verificar se haviam infrações ao CEO os seguintes questionamentos: 1) Consta nome e número de inscrição do responsável técnico? 2) Consta o nome representativo da profissão? 3) Há imagens de Antes X Depois ? 4)Essas clínicas são exclusivamente para atendimento ou oferecem cursos a outros cirurgiões-dentistas?Foi realizada também uma revisão sistemática nas bases de dados Lilacs, Google Acadêmico e Scielo para embasamento dos resultados encontrados com base na análise dos perfis no Instagram. Entre os achados do trabalho 96% das clínicas não fazem uso do nome ilustrativo da profissão "cirurgião-dentista", empregando sinônimos como "doutor(a)" e "dentista". Em relação a indicação do responsável técnico 74% das instituições de atendimento odontológico não fazem menção ao mesmo. E a postagem de procedimento com antes e depois é realizada por 87% dos perfis. Dos estabelecimentos 89% se destinam exclusivamente a atendimentos.

Os achados indicam significativo número de odontólogos sem conhecimentos, preocupações e responsabilidades sobre seus atos e as consequências dos mesmos, com ausência de moral e ética tanto profissional quanto pessoal.

(Apoio: CAPES  N° 001)
PN-R0314 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Características sociodemográficas e tempo de espera para tratamento do câncer de boca: análise no Brasil 2000-2019
Thais de Moraes Souza, Liliane Cristina Barbosa, Raimundo Sales de Oliveira Neto, Roosevelt Silva Bastos
Ortodontia e Saúde Coletiva UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - BAURU
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

O estudo investigou a associação entre características sociodemográficas e clínicas e o tempo de espera para início do tratamento de homens com câncer de boca (CB) no Brasil, no período de 2000 a 2019. A partir dos dados secundários do Sistema Nacional de Informações de Registros Hospitalares do Câncer, foi efetuada uma análise descritiva das características sociodemográficas e clínicas dos pacientes. Os testes estatísticos de Kruskal-Wallis e Wilcoxon foram realizados para identificar associações entre o tempo para início do tratamento (TIT) e as variáveis categóricas. A análise mostra que pacientes de raça preta têm uma mediana de tempo de espera mais longa (67 dias) em comparação com brancos (56 dias) e pardos (63 dias) (p>0,001). Pacientes com menos de 8 anos de estudo têm uma mediana de TIT maior (61 dias) em comparação com os com mais de 9 anos de estudo (56 dias) (p>0,001). Pacientes que se deslocam tem uma mediana de tempo de espera maior (60 dias) em comparação com os que não se deslocam (55 dias) (p>0,001). Pacientes na região Sul têm o menor tempo de espera (46 dias), enquanto aqueles na região Norte têm o maior TIT (65 dias) (p>0,001). Observou-se uma tendência de aumento do TIT ao longo do período estudado para pacientes diagnosticados com CB.

Homens expostos à vulnerabilidade social sofrem mais com o TIT prolongado, o que pode comprometer o prognóstico da doença, acarretando baixa sobrevida. Ademais, a má organização e distribuição dos equipamentos técnicos e serviços da rede de atenção oncológica possuem uma inter-relação com os fatores sociodemográficos e econômicos, que resulta na desigualdade do acesso aos serviços de saúde, representada nas diferenças observadas entre os TIT neste estudo.

PN-R0316 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Análise da mudança na atuação profissional de egressos após o Mestrado Profissional
Camila Mundim Palhares, Rafaela da Silveira Pinto, João Henrique Lara Amaral, Renata de Castro Martins, Simone Dutra Lucas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo transversal avaliou fatores associados à mudança na atuação profissional dos egressos de um curso de Pós-Graduação em Odontologia. Um total de 58 egressos, do Mestrado Profissional (MP) de Odontologia em Saúde Pública da UFMG, do período de 2016 a 2019, foram convidados a participar da pesquisa. Um questionário semiestruturado on line foi enviado aos participantes por WhatsApp. A variável dependente foi a mudança na atuação profissional após a conclusão do MP (modificou pouco/não modificou; modificou muito). As variáveis independentes foram demográficas, vínculo com serviço público de saúde, atuação em consultório privado/público e docência e satisfação profissional. Os dados foram analisados descritivamente e por Análises de Regressões de Poisson bivariadas com variância robusta (p<0,05) no SPSS 23.0. Dos 47 egressos (81%) que responderam ao desfecho, a maioria declarou ser do sexo feminino (71,7%), com idade entre 31 e 40 anos (39,1%), residente em Belo Horizonte (68,1%) e com vínculo com serviço público de saúde (78,7%). Quanto ao vínculo profissional, 36,2% deixaram de atuar em consultório privado, 78,7% mantiveram atuação em consultório público, 17,0% passaram a atuar em docência e 38,3% estavam satisfeitos com 5 ou mais itens avaliados quanto à satisfação profissional. Residir em outros municípios de Minas Gerais (RP=1,46) e em outros estados (RP=1,55) se associou à maior modificação na atuação profissional, e continuar trabalhando em consultório privado se associou à pouca modificação/não modificação na atuação profissional (RP= 0,68).

Contexto geográfico, como local de residência, e tipo de prática profissional foram os fatores associados à mudança na atuação profissional dos egressos avaliados.

PN-R0317 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Saúde bucal e Doença Falciforme e a (des) Inteligência Artificial
Raquel Costa Martins, Flávia do Bem Castilho de Almeida, Márcia Pereira Alves dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

A Inteligência artificial (IA) tem a capacidade de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas. Há uma oferta diversificada de sites que utilizam a IA, inclusive com aplicação na área odontológica. A Doença Falciforme (DF) é uma doença hematológica hereditária e genética com repercussões para o sistema estomatognático e para o manejo odontológico. No entanto, muitos cirurgiões-dentistas desconhecem a DF. Este estudo buscou em sites e comparou com literatura específica, os resultados apresentados pela IA mais populares e gratuitas sobre o conhecimento da DF em saúde bucal. Para isso, foram elaboradas 10 perguntas diretas a respeito do tema, aplicadas de forma randomizada nos sites. Todas iniciavam com o comando: "Responda objetivamente usando referências bibliográficas ". As buscas foram realizadas nas plataformas Chat GPT 3.5, Copilot, Gemini, e LuziaAI, esta última ferramenta do Whatsapp, entre 19 e 23 de abril de 2024. As respostas foram comparadas à literatura científica e classificadas como corretas (RC) e incorretas (RI). Como principais resultados, Luzia AI foi a única que não referenciou suas respostas e apresentou 100% RI, Chat GPT 3.5 apresentou 50% de RI, IA Gemini e o Copilot apresentaram 30% de RI. As discrepâncias ocorreram para contraindicação de anestésicos, medicamentos e orientações sobre atendimento odontológico durante crise álgica.

A IA foi uma fonte de informações com divergências da literatura científica específica.

PN-R0318 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Fatores associados à autopercepção negativa de saúde bucal em brasileiros com diabetes
Annyelle Anastácio Cordeiro, José Lima Silva Júnior, Ramon Targino Firmino, Érick Tássio Barbosa Neves, Ana Flávia Granville-garcia
Odontologia UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Investigar os fatores associados à autopercepção negativa de saúde bucal entre brasileiros com diabetes. Foi realizado um estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. A amostra foi composta por 88.531 brasileiros com 18 anos ou mais. O desfecho foi mensurado pela questão norteadora: "Em geral, como você avalia sua saúde bucal?". As características sociodemográficas, hábitos de saúde bucal, estilos de vida e a presença de outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) foram avaliadas. A análise foi conduzida por meio da regressão de Poisson com variância robusta (p≤0,05). A prevalência de autopercepção negativa de saúde bucal entre brasileiros com diabetes estimada foi de 36,99% (IC95%: 34,87 - 39,11). Foram associados a uma pior percepção o sexo masculino (RP: 1,17; IC95%: 1,05 - 1,30), cor não branca (RP: 1,17; IC95%: 1,02 - 1,35), rendimento domiciliar per capita de até meio salário-mínimo (RP:1,57; IC95%: 1,11 - 2,22), ingestão abusiva de álcool (RP:1,26; IC95%: 1,05 - 1,53) e ter outra DCNT (RP:1,34; IC95%: 1,14 - 1,58). Por outro lado, a escovação dos dentes pelo menos duas vezes ao dia (RP:0,74; IC95%: 0,67 - 0,81), o uso de escova, pasta e fio dental (RP:0,76; IC95%: 0,66 - 0,86), consulta odontológica nos últimos 12 meses (RP:0,85; IC95%: 0,75 - 0,96) e a prática regular de atividades físicas (RP: 0,82; IC95%: 0,70 - 0,95) foram associados a uma autopercepção de saúde bucal positiva.

Fatores socioeconômicos, consumo excessivo de álcool e presença de outras DCNT influenciaram negativamente a autopercepção de saúde bucal, enquanto bons hábitos de saúde bucal e geral influenciaram positivamente a autopercepção de saúde bucal em brasileiros diabéticos.

(Apoio: CNPq (Grants INCT Saúde Oral e Odontologia)  N° 406840/2022-9)
PN-R0319 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Estratégias educacionais sobre avulsão dentária para professores:um estudo de intervenção
Taís Zacaria, Simone Tuchtenhagen, Juliane Carla Taufer, Mardiore Fontella de Carvalho, Thaissa Chagas Fochi, Fernanda Ruffo Ortiz
ATITUS EDUCAÇÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento dos professores sobre traumatismo alvéolo dentário e dois métodos de intervenção educacionais para melhorar o conhecimento. Os dados foram obtidos através de um estudo de intervenção educativa com professores de escolas públicas e privadas, de dois municípios do estado do Rio Grande do Sul. Participaram 116 professores que responderam um questionário estruturado sobre quais as condutas imediatas necessárias para traumatismo alvéolo dentário em dentes permanentes, quais os meios de armazenamento e qual o tempo ideal para o elemento dentário ficar fora do alvéolo. Na sequência, o questionário foi respondido novamente após os professores receberem orientações sobre traumatismo alvéolo dentário através de dois métodos diferentes: panfleto e vídeo. Teste estatístico, qui-quadrado e regressão logística, foram realizados para avaliar as respostas pós-intervenção e comparar as diferenças entre os grupos. Os resultados foram interpretados com um nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. A maioria das respostas mostraram diferença estatisticamente significante (p<0,05), indicando que as intervenções melhoraram o conhecimento dos professores; com exceção das perguntas sobre o tempo e a conduta imediata após o traumatismo alvéolo dentário (p>0,05). Não houve diferença estatística entre os métodos de intervenção, mostrando que panfleto ou vídeo melhoram o conhecimento dos professores (p>0,05).

Este estudo conclui que o conhecimento dos professores sobre avulsão dentária melhorou após as intervenções educacionais, não havendo diferença entre os métodos utilizados, evidenciando assim a eficácia de intervenções educacionais para essa população.

(Apoio: CAPES  N° 88887.824718/2023-00)
PN-R0321 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Avaliação dos atributos acesso de primeiro contato e longitudinalidade da atenção primária à saúde
Amanda Karolina Torres Baptista, Flávia Martão Flório, Luciane Zanin
FACULDADE DE ODONTOLOGIA SÃO LEOPOLDO MANDIC
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo teve o objetivo de avaliar os atributos da atenção primária à saúde, "acesso de primeiro contato" e "longitudinalidade" em unidades básicas de saúde do município de Sinop-MT. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, observacional transversal descritiva, realizada com 32 médicos, 32 enfermeiros e 27 odontólogos atuantes há pelo menos um ano na atenção primária à saúde. Os dados foram coletados pelo instrumento de avaliação da Atenção Primária (PCATool - Primary Care Assessment Tool), versão profissionais. Em uma escala que varia de 0 a 10 foram considerados elevados os valores de escores maiores a 6,6. Os resultados encontrados mostraram média de 4,4 para o atributo "acesso de primeiro contato", em relação a visão dos profissionais observou-se média de 4,3 para os médicos, 4,5 para os enfermeiros e 4,4 para os odontólogos. Em relação a longitudinalidade a média observada foi de 6,7, em relação a visão dos profissionais observou-se média de 7,1 para os médicos, 6,8 para os enfermeiros e 6,6 para os odontólogos, sem diferenças estatisticamente significativas entre eles (p>0,05).

O atributo de acesso de primeiro contato foi o que apresentou menores médias havendo a necessidade de se repensar tais práticas e promover um contexto que possibilite mudanças no contexto atual reduzindo barreiras no acesso e proporcionando um cuidado contínuo.

PN-R0322 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Uso dos serviços de saúde por travestis e transexuais brasileiros e fatores associados
Thiago Caldeira Diniz, Michelle Cristina Silva, Mariana Chiaretti Munaier, Ana Valéria Machado Mendonça, Maria Fátima de Sousa, Fabiana Vargas-ferreira, Andreia Maria Araujo Drummond, Flávio de Freitas Mattos
Departamento de Odontologia - OSP UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo caracterizou a população transexual e travesti brasileira e identificou seu acesso aos serviços de saúde e as variáveis associadas. Ele é parte do estudo nacional: Estudo Multicêntrico Sobre os Perfis Socioeconômicos, Geográficos, Culturais e de Vulnerabilidades de Travestis e Transexuais, do tipo transversal, com questionário eletrônico. Após cálculo amostral, foram incluídas 549 pessoas com 18 anos ou mais, auto identificadas transexuais ou travestis, residentes em cidades com mais de 100 mil habitantes, de todas as regiões do país e que concordaram com o TCLE. Os entrevistados tinham entre 18 e 61 anos de idade. Deles, 35,5% não trabalhavam, 28,6% não tinham renda e 93% não recebiam auxílios governamentais. A maioria (57%) não usava nome social e 65% sofreram violência de gênero. O uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS) foi o mais frequente (55,4%). Às consultas médicas, 61% compareciam semestralmente. Às consultas odontológicas, 56,5% nunca ou raramente compareciam. Os entrevistados que frequentaram escolas públicas (RC 1,70; 95% IC 1,01-2,88), sem renda (RC 1,96; IC 1,01-3,86) ou que usavam exclusivamente o SUS (RC 2,48; IC 1,36-4,52) tiveram maior chance de terem consultas médicas mais frequentes. As chances de nunca ou raramente comparecerem a consultas odontológicas foram maiores entre os que frequentaram somente escolas públicas (OR 1,89; CI 1,09-3,31), com até 9 anos de escolarização (OR 1,74; CI 1,13-2,68), ou que já haviam sofrido violência de gênero (OR 1,57: CI 1,02-2,41).

Transexuais a travestis brasileiros acessaram mais regularmente as consultas médicas do que as odontológicas. Os desfechos foram influenciados pela escolaridade, tipo de escola, renda, uso do SUS e violência de gênero.

PN-R0323 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h00 - 12h00 - Sala: 16

Plantas medicinais do sertão do pajeú: etnobotânica no cuidado da saúde bucal por quilombolas pernambucanos
Israel Luís Diniz Carvalho, José Victor Correia de Melo, Letícia Francine Silva Ramos, Milena Evangelista Dos Santos, Maiara Bernardes Marques, Moan Jéfter Fernandes Costa, Pedro Henrique Sette-de-Souza
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este trabalho buscou conhecer as plantas medicinais utilizadas para a saúde bucal pelas Comunidades Quilombolas no Sertão do Pajeú, Pernambuco. Trata-se de um estudo observacional, exploratório e quanti-qualitativo. Para seleção dos participantes, a técnica de "bola-de-neve" foi utilizada, com maiores de 18 anos, nas comunidades: Santa Rosa, Águas Claras e Cavalhada. As métricas utilizadas foram: Valor de Uso (VU) e o Índice Relativo (IR). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UPE (parecer 6.222.257). Do total de 17 entrevistados, 70,6% se autodeclararam negros, 76,5 % como pertencentes ao sexo feminino, com média de idade 68 anos. Além disso, 52,9% têm escolaridade até o ensino básico e renda inferior a 2 salários mínimos. Em relação ao nível de conhecimento etnobotânico, 41,2% apontam como bom, 27,9% usam fitoterápicos devido a confiabilidade nas plantas e 23,3% a falta de acesso aos serviços de saúde. Referente a diversidade de plantas, foi relatado o uso de 21 espécies para o cuidado com a saúde bucal com 49 indicações. As mais indicadas foram: juazeiro (4), alecrim, aroeira mansa, fumo, jurema preta e quixabeira (3). A aroeira mansa, jurema preta e quixabeira possuem o maior valor de uso (VU=3,00) e o juazeiro (IR=2,00) e quixabeira (IR=1,75) com os maiores índices relativos. Em relação às condições de saúde bucal tratadas, destaca-se: dor de dente (53,8%) e cicatrização (26,9%).

A diversidade botânica e os saberes encontrados apontam para um rico conhecimento etnobotânico para fins odontológicos, que podem embasar futuras pesquisas.

(Apoio: CAPES  N° 88881.692858/2022-01  |  CAPES  N° 88887.798320/2022-00  |  FACEPE  N° IBPG-1888-4.00/22)