03 a 06 de Setembro de 2025 | São Paulo / SP

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Resumos Aprovados 2025

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 2830 Resumo encontrados. Mostrando de 611 a 620


PNa0176 - Painel Aspirante
Área: 9 - Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais / Odontologia Hospitalar

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Estado de saúde bucal e demanda odontológica em candidatos à cirurgia cardiovascular: um estudo transversal brasileiro
Beatriz Braga Tenório, Jessica de Oliveira Vogel, Luciana Munhoz, Bruno Augusto Benevenuto de Andrade, Jefferson da Rocha Tenorio, José Alcides Almeida de Arruda
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo teve como objetivo avaliar as condições de saúde bucal e a necessidade de tratamento odontológico em pacientes com doenças cardiovasculares (DCV) em preparo para cirurgia cardiotorácica e/ou vascular em uma população brasileira. Trata-se de um estudo transversal com adultos diagnosticados com DCV, cujos dados demográficos e cardiológicos foram obtidos de prontuários médicos. A avaliação odontológica considerou o índice de Dentes Permanentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPO-D), alterações periodontais, fontes de infecção bucal e exames radiográficos para identificar defeitos ósseos e lesões intraósseas. Foram incluídos 48 participantes (54,2% homens), com média de idade de 62,4 anos. As DCV mais prevalentes foram doença arterial coronariana (DAC) e estenose aórtica. Procedimentos de revascularização miocárdica e cirurgias de substituição valvar corresponderam a 97,9% das indicações cirúrgicas. Observou-se um alto índice médio de CPOD (18,8 ± 6,8), e os principais achados orais incluíram cálculo dentário (35,4%), recessão gengival (31,1%) e defeitos ósseos horizontais (83,3%). A DAC apresentou associação limítrofe com gengivite e/ou cálculo salivar (p = 0,063). Houve associação significativa entre cirurgia valvar e revascularização miocárdica (p = 0,019).

Os resultados evidenciam a necessidade de tratamento odontológico nessa população, destacando a importância de intervenções preventivas, restauradoras e periodontais para a redução de riscos cardiovasculares.

PNa0177 - Painel Aspirante
Área: 9 - Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais / Odontologia Hospitalar

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Tratamento multidisciplinar de paciente com necessidades especiais com anomalia dentária em CEO no município de São Paulo
Francisco Perinni Netto, Luiz Adriano Teixeira do Rego Barros, Tatiana Steinhauser, Rodrigo Nanini, Sandra Bernardi, Fabiana Martins
Doutorado UNIVERSIDADE SANTO AMARO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

A Política Nacional de Humanização do SUS propõe a transformação do cuidado em saúde, priorizando a escuta qualificada, o acolhimento e o respeito às singularidades dos usuários. Essa diretriz torna-se ainda mais crucial quando se trata da atenção à saúde bucal de Pacientes com Necessidades Especiais (PNE), que demandam cuidados específicos e uma abordagem multiprofissional integrada. Este trabalho relata o acompanhamento odontológico de D.P.B., 28 anos, melanoderma, com deficiência visual congênita e deficiência intelectual, realizado no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de São Mateus. A paciente apresentava um quadro complexo: comprometimento estético severo, maloclusão por apinhamento dentário em ambas as arcadas, macrodontias, cáries, raízes residuais, dentição decídua retida, cálculo e biofilme dentário. Diante da gravidade do caso, foi elaborado um plano de tratamento envolvendo cinco especialidades odontológicas endodontia, cirurgia, periodontia, ortodontia e atendimento a PNE, com acompanhamento por 10 meses.

Os resultados foram significativos: com ótima colaboração da paciente, além da reabilitação estética e funcional, houve melhora na mastigação, fonética, autoestima e qualidade de vida. O caso evidencia, de forma contundente, a urgência de fortalecer e ampliar os serviços especializados em saúde bucal, garantindo a integralidade do cuidado, o trabalho interdisciplinar e o acesso equitativo. A articulação entre profissionais e o compartilhamento de saberes e tecnologias são essenciais para a efetiva resolutividade dos casos, especialmente dos mais complexos. A atenção humanizada não é apenas uma diretriz é uma necessidade inadiável.

PNa0178 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

O impacto da saúde bucal na qualidade de vida de crianças: mudanças na percepção após palestra educativa
Vanessa Cristina de Branco Gonçalves, Ângela Cristina de Jesus Pereira, Ana Gabriela Schiefelbein da Silva, Nilton Rodrigues Alves Peres Domingues, Alvaro Luiz Mendonça Pinheiro Barbosa, Gustavo Antonio Correa Momesso, Marcia Hiromi Tanaka, Caio Vinicius Gonçalves Roman-Torres
Odontologia UNIVERSIDADE SANTO AMARO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

A presença de cárie na infância é uma das condições de saúde mais sérias e dispendiosas, e as doenças bucais não tratadas podem limitar a capacidade de comer, sorrir, falar, bem como a saúde mental ou social da criança. O Questionário de Percepções de Criança (CPQ8-10) avalia o impacto das doenças bucais na qualidade de vida, abrangendo os 4 domínios de saúde: 1) Sintomas bucais; 2) Limitações funcionais; 3) Bem-estar emocional; 4) Bem-estar social. Este estudo teve como objetivo avaliar a percepção de crianças quanto à saúde bucal antes e após uma atividade sobre higiene bucal. Foram incluídas no estudo 85 crianças com 8 anos de idade oriundas de uma Escola Pública Municipal de São Paulo, que foram avaliadas clinicamente para os índices ceo-d/CPO-D e responderam o CPQ8-10. As crianças participaram de uma palestra interativa sobre educação em saúde bucal e receberam uma cartilha ilustrativa sobre higiene bucal e um kit de escova e pasta dental com flúor. Após 3 meses da palestra educativa foi aplicado novamente o CPQ8-10, e realizados exames clínicos. Quando comparados os momentos pré e pós (3 meses) da palestra para os resultados clínicos avaliados não houve diferença estatisticamente significativa, sendo que a média do ceo-d foi de 1,38, a média de CPO-D foi de 0,06. A média do CPQ 8-10 geral foi de 15,08 antes da palestra e de 12,09 após, foi observada diferença estatística para o domínio limitação funcional. Para a distribuição das frequências relativas em cada uma das 27 questões do questionário, as diferenças significantes foram observadas nas questões 7, 9 e 17.

Houve mudanças na percepção das crianças indicando associação entre a condição bucal com sintomas bucais, limitações funcionais e bem-estar emocional.

PNa0179 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Prevalência de hipominerazalição de molares decíduos e de hipominerazação molar-incisivo em escolares em Mato Grosso do Sul
Isabela Ficagna Oshiro, Luiza de Carli Grieleitow, Mariane Emi Sanabe, Rafael Aiello Bomfim
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo analisou a prevalência de Hipomineralização Molar-Incisivo (HMI) em adolescentes de 12 anos e de Hipomineralização de Molares Decíduos (HMD) em crianças de 5 anos em oito municípios do interior de Mato Grosso do Sul. Utilizou-se delineamento transversal, seguindo os critérios da 5ª edição da OMS. Foram examinadas 445 crianças e 391 adolescentes. Dados sociodemográficos, comportamentos de saúde e consumo alimentar foram coletados conforme o modelo de determinantes sociais na saúde bucal. Nos adolescentes, foram avaliados molares e incisivos; nas crianças, molares decíduos e incisivos decíduos. Considerou-se como caso positivo a presença de pelo menos um dente com opacidade demarcada, restauração atípica, fratura de esmalte pós-eruptiva ou cárie atípica. As análises estatísticas foram realizadas no software Stata v.14 (College station, Tx, EUA). O estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética (CAAE 85647518.4.0000.0021). A prevalência geral de hipomineralização foi de 21,1% (IC95% 18,4-24,0), sendo 24,9% de HMD (IC95% 21.1; 29.2) e 16,6% de HMI (IC95% 13.2; 20.7). Observou-se maior prevalência nos dentes decíduos (p<0,05) e em indivíduos com renda per capita abaixo da linha da pobreza (28,7%; p<0,05). Raça, gênero, dieta não saudável e fluoretação das águas não se associaram significativamente à condição.

Famílias em condição de vulnerabilidade (renda abaixo da linha da pobreza per capita) estiveram associadas à prevalência de HMI. Além disso, políticas públicas voltadas ao diagnóstico e manejo precoce da hipomineralização se fazem necessárias, pois afeta mais as crianças em estágio de desenvolvimento da dentição, visando organizar a linha de cuidado infantil e minimizar impactos na qualidade de vida.

(Apoio: CNPq  N° 402403/2021-5)
PNa0180 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Heterocontrole da fluoretação das águas em Mato Grosso do Sul: panorama da qualidade e implicações na equidade racial em saúde bucal
Luiza de Carli Grieleitow, Isabela Ficagna Oshiro, Keila Roberta Ferreira de Oliveira, Paulo Frazão, Amanda Barbosa Oliveira, Rafael Aiello Bomfim
Odontologia UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

O objetivo deste estudo foi avaliar a adequação dos níveis de fluoreto em amostras de água coletadas em escolas públicas do interior de Mato Grosso do Sul, após a empresa estadual de saneamento decidir implementar a fluoretação em cinco cidades, com base nas faixas ótimas preconizadas (0,55 a 0,84 ppm), além de discutir seu papel na promoção da equidade racial em saúde bucal. Participaram do estudo nove municípios, sendo cinco com fluoretação declarada (Anastácio, Aquidauana, Miranda, Guia Lopes da Laguna e Sidrolândia) e quatro sem fluoretação (Nioaque, Dois Irmãos do Buriti, Bodoquena e Ribas do Rio Pardo). As coletas foram realizadas em quatro períodos distintos entre 2024 e 2025 e as amostras foram analisadas em duplicata no Laboratório de Bioquímica Oral da FOP/UNICAMP. Anastácio, Miranda, Aquidauana e Guia Lopes apresentaram fluoretação consistente (0,55 a 0,84 ppm), beneficiando diretamente cerca de 75.000 pessoas negras e indígenas, evidenciando o impacto direto sobre populações historicamente vulnerabilizadas. Por outro lado, Sidrolândia, apesar de oficialmente declarada como cidade fluoretada, apresentou ausência de flúor nas amostras (<0,1 ppm), deixando de beneficiar cerca de 30.000 pessoas negras e indígenas. Os outros municípios apresentaram ausência ou níveis subótimos de fluoretação.

Embora persistam desigualdades na implementação da fluoretação no estado, os municípios com fluoretação efetiva demonstraram o potencial transformador dessa política pública ao beneficiar de forma direta populações negras e indígenas. O fortalecimento da capacidade técnica local e o comprometimento político são fundamentais para garantir que a fluoretação cumpra seu papel como estratégia de equidade racial em saúde bucal.

(Apoio: CNPq  N° 402403/2021-5)
PNa0181 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Análise de série temporal dos registros de câncer de boca e orofaringe nas regiões brasileiras de 2019 a 2023
Jéssica Lourdes de Aguiar Gonçalves, Débora Rosana Alves Braga Silva Montagnoli, Rodnei Alves Marques, Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu, Renata de Castro Martins
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo analisou a tendência temporal de registros de câncer de boca e orofaringe (CBO) nas regiões brasileiras. Dados secundários do Painel Oncologia do DATASUS de janeiro de 2019 a dezembro de 2023 foram usados. Estimativas populacionais foram obtidas do IBGE para o cálculo da taxa de registros de CBO por 100.000 habitantes nas unidades federativas. O software R foi utilizado para analisar as séries temporais, por meio dos testes: Sen's Slope, Dickey-Fuller, Mann-Kendall e Kruskal-Wallis que avaliaram taxa de variação, estacionaridade, tendências monotônicas e sazonalidade das séries, respectivamente (p≤0,05). O maior número de casos foi registrado nas regiões Sudeste e Nordeste em todos os anos. Todavia, a média das taxas por 100.000 habitantes foi maior na Sul (13,74) e Sudeste (9,34) e menor na Norte (4,20). As taxas de crescimento mensal por 100.000 habitantes foram maiores nas regiões Norte (S=0,0039), Sul (S=0,0028), seguida da Nordeste (S=0,0025) e Sudeste (S=0,0023). A região Centro-Oeste não apresentou crescimento mensal significativo. Ao avaliar períodos curtos, as séries das regiões Norte (p=0,020), Nordeste (p=0,025) e Sudeste (p=0,045) se mostraram estacionárias. Ao avaliar ciclos de longo prazo, observou-se tendência monotônica significativa de crescimento positivo nas séries das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul (p<0,001), sendo mais forte e consistente nas regiões Norte (tau=0,51) e Nordeste (tau=0,32). Nenhuma das séries regionais evidenciou sazonalidade no período analisado.

Maiores taxas de CBO foram encontradas nas regiões Sul e Sudeste, porém maior tendência de crescimento foi vista no Norte e Nordeste ao longo dos anos. Diferenças regionais devem ser consideradas na gestão do CBO no Brasil.

(Apoio: CAPES)
PNa0182 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS NA ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DA VERSÃO BRASILEIRA DO ADOLESCENT RESILIENCE QUESTIONNAIRE
Eliane Maria Mascarenhas da Silva, Luisa Gatti-Reis, Genara Brum Gomes, Thiago Caldeira Diniz, Matheus de França Perazzo, Saul Martins Paiva, Flávio de Freitas Mattos, Isabela Almeida Pordeus
Departamento de Odontologia Social e Pre UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo teve como objetivo avaliar a equivalência semântica entre a versão original do Adolescent Resilience Questionnaire (ARQ), em inglês, e sua adaptação ao português brasileiro. O processo de adaptação transcultural do questionário ARQ, originalmente desenvolvido em inglês australiano, para o português brasileiro seguiu diretrizes internacionalmente reconhecidas. A equivalência semântica envolveu as seguintes etapas: 1) tradução por dois tradutores bilíngues independentes; 2) unificação das duas versões em uma versão síntese, com atenção à linguagem cotidiana dos adolescentes; 3) retro tradução por um profissional nativo da língua inglesa, sem acesso à versão original; 4) avaliação por um comitê de experts e pelos autores do ARQ original, gerando uma nova versão síntese; 5) aplicação, por meio de entrevistas cognitivas, da versão final em um grupo de 21 adolescentes de 12 a 14 anos (pré-teste). O tempo médio de preenchimento variou entre 15 e 20 minutos, o que foi considerado exaustivo pelos adolescentes. Eles também sugeriram aprimoramento na formatação do questionário, tal como a inserção de numeração sequencial dos itens (1 a 88), ausente na versão original. A principal modificação proposta referiu-se à clareza das opções de respostas em português, cuja semelhança semântica geraram dúvidas. Assim, as opções de respostas foram reformuladas para: muito raramente, raramente, algumas vezes, frequentemente e muito frequentemente, promovendo maior clareza e distinção entre as opções.

A metodologia empregada, incluindo as contribuições do comitê de experts e a percepção do público-alvo do instrumento, mostrou a equivalência semântica entre a versão original e a versão brasileira do instrumento ARQ.

(Apoio: CAPES  |  INCT Saude Oral e Odontologia   N° 406840/2022-9)
PNa0183 - Painel Aspirante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Análise dos procedimentos odontológicos na Atenção Primária à Saúde dos municípios brasileiros
Amanda Vieira Aires, João Vitor de Azevedo Oliveira, Mariana Melo Mendonça, Izabel Campos Rodrigues, Andréa Clemente Palmier, Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu, Renata de Castro Martins
ODONTOLOGIA SOCIAL E PREVENTIVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Este estudo ecológico avaliou fatores associados aos procedimentos odontológicos da Atenção Primária à Saúde (APS) nos municípios brasileiros em 2023. Dados de 25 procedimentos odontológicos clínicos individuais (promoção/prevenção, clínicos, protéticos e cirúrgicos) foram coletados no Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica. A variável dependente "taxa de procedimentos realizados" foi a razão entre o total de procedimentos pela população do município, dicotomizada pela mediana. As covariáveis foram socioeconômicas (Índice de Desenvolvimento Humano e de Gini; renda per capita; analfabetismo; urbanização; proporção de crianças, idosos, mulheres, plano de saúde) e de serviços de saúde (cobertura de Equipes de Saúde da Família - ESF e Saúde Bucal - ESB; presença de CEO). Os dados foram analisados por regressão logística binária simples e múltipla. Mais de 38 milhões de procedimentos foram realizados, sendo os clínicos mais frequentes (56,10%), seguidos por promoção/prevenção (24,67%), cirúrgicos (17,30%) e protéticos (1,94%). Índice de Gini, seguro privado de saúde, cobertura de ESB e ESF se associaram ao desfecho (p<0,05). Municípios com maior desigualdade socioeconômica, mensurada pelo Gini, apresentaram menor chance de produzir procedimentos acima da mediana (OR=0,23; IC95%: 0,09-0,59; p=0,002). Municípios com maior proporção de população com plano privado (OR=1,01; IC95%: 1,00-1,02; p=0,023), maior cobertura de ESB (OR=1,04; IC95%: 1,04-1,05; p<0,001) e 100% de cobertura da ESF (OR=1,79; IC95%: 1,59-2,02; p<0,001) apresentaram maior chance de realizar procedimentos acima da mediana.

Fatores contextuais de serviços de saúde e socioeconômico influenciaram a produção odontológica na APS brasileira.

(Apoio: PIC-JR_FAPEMIG  |  CAPES  |  PRPq/UFMG)
PNa0184 - Painel Aspirante
Área: 9 - Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais / Odontologia Hospitalar

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Evidências para uma odontologia de precisão em pacientes com Artrite Reumatoide: parâmetros salivares
Lydia Silva Provinciali, Victória Boëchat Feyo, Laura Silva Siano Rodrigues, Clarissa Marques Silva Rocha, Fabiana Ourique da Silva, Priscila de Faria Pinto, Viviane Angelina de Souza, Gisele Maria Campos Fabri
Clínica odontológica UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Avaliar a correlação entre a atividade da Artrite Reumatoide (AR) e parâmetros salivares, comparando pacientes com AR a indivíduos saudáveis. Foram avaliados 40 participantes (25 pacientes com AR e 15 indivíduos saudáveis). Coletaram-se amostras de saliva estimulada e não estimulada para análise do pH e da capacidade tampão. A atividade da doença foi mensurada pelo Disease Activity Score in 28 joints (DAS28), a funcionalidade pelo Health Assessment Questionnaire (HAQ), além da análise da polifarmácia e do escore anticolinérgico. O pH salivar levemente alcalino (≥7) foi mais frequente em pacientes com AR do que nos controles, tanto na saliva estimulada (36% vs. 20%) quanto na não estimulada (24% vs. 6,7%), com média geral de 30% e 13%, respectivamente. Quanto à capacidade tampão, 56% dos pacientes com AR na saliva estimulada e 52% na não estimulada apresentaram aumento, achado ausente no grupo controle. Além disso, 67% dos pacientes com polifarmácia e 57% daqueles com escore anticolinérgico elevado (≥3) apresentaram aumento da capacidade tampão da saliva estimulada. No grupo com AR, 41,7% dos pacientes com atividade moderada a intensa da doença (DAS28 ≥ 3,2) e 60% daqueles com comprometimento funcional moderado a grave (HAQ > 1) apresentaram pH salivar com estímulo acima de 7.

Os achados sugerem que pacientes com AR, especialmente com alta atividade inflamatória, comprometimento funcional e uso de anticolinérgicos, mostram desequilíbrios no pH e na capacidade tampão. Enquanto, por um lado, há uma proteção quanto a atividade de desmineralização do esmalte dentário, pode favorecer o crescimento de bactérias periodontopatogênicas e o comprometimento das funções salivares, com potencial aumento do risco de complicações orais e sistêmicas.

(Apoio: CAPES  N° 88887.006707/2024-00)
PNa0185 - Painel Aspirante
Área: 9 - Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais / Odontologia Hospitalar

Apresentação: 04/09 - Horário: 08h30 às 12h00 - Local: Salão Turquesa

Alterações orofaciais associadas à apneia do sono em adultos com acromegalia
Mila Roselaine Lima de Assunção, Luís Gustavo Souza Santos, Jessilene Ribeiro Rocha, Priscilla Maria Fernandes Abdala de Alencar, Renata Carvalho Campelo, Vandilson Pinheiro Rodrigues
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

A acromegalia é uma doença rara causada pelo excesso do hormônio do crescimento (GH) e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1). É caracterizada pela fácies acromegálica e pelo desenvolvimento de comorbidades, incluindo distúrbios respiratórios. Diante deste contexto, o estudo teve como objetivo investigar a associação entre alterações orofaciais e apneia obstrutiva do sono (AOS) em adultos com acromegalia. Foi conduzido um estudo transversal com 34 adultos diagnosticados com a doença, no qual foram coletados dados sociodemográficos e antropométricos, incluindo a circunferência cervical. As alterações orofaciais foram avaliadas por meio de exame clínico extra e intraoral. A presença e o risco de AOS foram investigados por meio do questionário STOP-Bang. Para a análise estatística, utilizaram-se a razão de prevalência (RP) e o coeficiente de correlação de Spearman (rho), adotando-se um nível de significância de 5%. Observou-se uma forte correlação positiva entre a circunferência cervical e o escore de risco para AOS (Rho = 0,741; p < 0,001). Além disso, indivíduos que apresentavam diastema (p = 0,003) e mordida cruzada anterior (p = 0,004) demonstraram maior prevalência de AOS, sugerindo uma associação significativa entre alterações orofaciais e risco aumentado para apneia do sono.

Os achados indicam que adultos com acromegalia que apresentam alterações orofaciais mais acentuadas, como diastema e mordida cruzada anterior, possuem maior estreitamento das vias aéreas superiores, o que pode contribuir para uma maior prevalência de apneia obstrutiva do sono. Esses resultados reforçam a importância da avaliação orofacial em pacientes com acromegalia como estratégia complementar na triagem e manejo da AOS.

(Apoio: CAPES  N° 001  |  FAPEMA  N° 06621/22)



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