Associação entre aleitamento materno exclusivo e cárie em crianças suscetíveis
Sousa FS, Fernandes JKB, Prado IA, Alves CMC, Ribeiro CCC, Thomaz EBAF
Saúde Pública - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo do estudo foi avaliar associação entre o aleitamento materno exclusivo (AME) e a cárie da primeira infância em crianças nascidas pré-termo (NPT) e ou com restrição de crescimento intrauterino (RCIU). Para isso, foi realizado um estudo de coorte prospectivo com crianças de 12 a 32 meses. As associações foram estimadas por risco relativo (RR) com intervalos de confiança a 95% (IC95%). As associações univariáveis e multivariáveis foram estimadas por análise de regressão de Poisson para o desfecho em forma de contagem. No grupo de crianças só com RCIU o AME foi fator de risco para cárie, considerando o desfecho contínuo (RR=1,36; IC=1,04-1,78); já no grupo de crianças com NPT e com RCIU, o AME foi risco para cárie, tanto para o desfecho dicotômico (RR=5,85; IC= 3,63-9,43) quanto para a cárie avaliada por contagem do número de faces cariadas (RR=5,85; IC=3,63-9,43). Os resultados demonstram que em populações com maior risco à carie, o aleitamento materno exclusivo (deve ser orientado em conjunto com orientações de higiene bucal na tentativa de diminuir um possível risco à carie associado a esta prática. (Apoio: FAPs - FAPESP N° 2008/53593-0 | CNPq N° 47923/2011-7 | FAPs - FAPEMA PRONEX N° 00035/2008)PN0767 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Perfil e inserção no mercado de trabalho dos egressos de Odontologia de uma Universidade do Sul do Brasil
Alves F, Barreiros HS, Oliveira LF, Fonseca-Filho PFO, Marques-Da-silva B, Kusma SZ, Gabardo MCL, Tomazinho FSF
UNIVERSIDADE POSITIVO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desta pesquisa foi traçar o perfil dos egressos do curso de Odontologia formados entre os anos de 2014 a 2018 em uma universidade de Curitiba/PR e a sua inserção no mercado de trabalho. Trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo, aplicado a 602 egressos por meio de um questionário eletrônico com informações sobre dados pessoais, perfil socioeconômico e demográficos, campo de atuação e formação acadêmica, além da sua percepção do mercado de trabalho e satisfação profissional e financeira foram avaliados também pontos positivos e negativos da instituição. A taxa de resposta foi de 18,77% (n=113). Após análise dos dados (Teste McNemar; nível de significância de 5%) observou-se que a maioria era do gênero feminino (79,6%), faixa etária entre 26 a 30 anos (50%), atuando no Paraná (88,6%). Noventa dos 113 correspondentes fizeram especialização, 18 (15,9%) mestrado e 7 (6,2%) doutorado, porém a análise estatística não relacionou a continuidade nos estudos com satisfação profissional/pessoal. Nota-se que quanto maior o tempo de formação, maior é o ganho médio mensal, consequentemente maior a satisfação financeira, onde egressos com ganhos mensais de 1.000,00 a 6.000,00 reais são parcialmente realizados, e profissionais com ganho maior que 6.000,00 reais são profissionalmente realizados. Os egressos classificaram o curso de Odontologia como bom (56,1%), ruim (26,3%) e ótimo (17,5%). Conclui-se então que a maioria dos respondentes se sente parcialmente realizado profissionalmente e avalia a sua formação como adequada.PN0768 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
COVID-19 e Odontologia: o processo formativo odontológico pré, trans e e pós-pandemia
Silva MI, Mitterhofer WJS, Netto BP, Bonato LL, Mauricio NV, Teixeira VCF, Oliveira V, Almeida LE
Graduação - CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAMINAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Em março de 2020 foi globalmente declarada a pandemia da COVID-19, que, dentre tantos embates, trouxe grandes desafios junto ao processo educacional. Assim, este estudo buscou analisar os possíveis atravessamentos da pandemia no processo formativo odontológico. Para tal, através de um ensaio teórico, foram estruturados três recortes temporais, pré, trans e pós-pandemia. Do primeiro, essencialmente cientificista, a formação odontológica legitimou o acesso dos complexos procedimentos odontológicos a um determinado grupo hegemônico, culminando em um modelo de saúde bucal elitista e excludente. Com a pandemia, os mesmos aerossóis que materializavam a produção de seus almejados produtos, passaram a ser o principal veículo de contaminação da doença. Entretanto, apesar de uma esperada autocrítica, a academia seguiu se apoiando no purismo de suas inacessíveis complexidades tecnológicas, acrescentando a seus procedimentos a inserção de ineficientes barreiras físicas de contenção do vírus. Quanto ao futuro, imersa às sequelas políticas e econômicas deste momento, acredita-se que a formação odontológica ainda se dedicará a refletir mais sobre outras habilidades, pautadas na plasticidade do (re)inventar e, principalmente, do contextualizar-se. Por fim, do analisado, deposita-se que os períodos trans e pós-pandêmicos poderão ser agentes indutores na transformação de se pensar e, principalmente, de se praticar uma odontologia mais humanizada e, principalmente, direcionada às solutividades das reais aflições que assolam a saúde bucal das populações.PN0770 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Impacto das condições bucais na qualidade de vida de adolescentes
Martins MH, Silva TCL, Cimões R, Sousa AM, Vajgel BCF
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto das condições bucais na qualidade de vida de adolescentes escolares e os fatores socioeconômicos associados. A variável dependente foi a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB), medida através do questionário OHIP-14. As variáveis independentes foram: as condições bucais - experiência de cárie, condição periodontal, trauma dental e má oclusão; e os indicadores socioeconômicos: idade, sexo, escolaridade materna, raça/cor e tempo da última consulta odontológica. Foram avaliados 1.010 adolescentes, entre 14 e 19 anos, de Camaragibe-PE, onde desses, 61,6% tinham até 16 anos, 51,2% eram do sexo feminino e 56,6% declararam renda familiar mensal de no máximo 2 salários mínimos, e 41,5% dos adolescentes foram a consulta odontológica ao menos uma vez nos últimos 6 meses. Quanto às condições bucais, a prevalência de cárie foi de 26,2%, doença periodontal de 45,8%, trauma dental 38% e má oclusão 29,7%. O impacto das condições bucais na qualidade de vida referiu-se, aproximadamente, em 34% da amostra e o desconforto psicológico foi a dimensão mais afetada 23,4%. A análise bivariada mostrou associação da QVRSB com o sexo (p<0,001), cárie (p=0,012), tempo da última consulta (p= 0,041), porém, apenas o sexo e a cárie tiveram associação na análise multivariada, evidenciando que, adolescentes do sexo feminino e experiência de cárie tinham maiores chances de possuir impacto na qualidade de vida. Conclui-se que, a condição de saúde bucal pode afetar a qualidade de vida dos adolescentes e o sexo pode ser um fator de risco associado.PN0771 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Impacto da pandemia da COVID-19 sobre a provisão de serviços odontológicos na Atenção Primária no estado do Paraná
Pacheco EC, Santos VM, Silva-Junior MF, Baldani MH
Odontologia - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo do estudo foi analisar a provisão de serviços odontológicos na Atenção Primária à Saúde (APS) antes e durante a pandemia da COVID-19 no Paraná. De delineamento ecológico, o estudo analisou dados secundários disponibilizados no Sistema de Informação Ambulatorial do Sistema Único de Saúde, e incluiu os procedimentos ambulatoriais realizados nas Unidades Básicas de Saúde dos 399 municípios paranaenses nos meses janeiro a dezembro de 2019 e 2020. As taxas dos procedimentos foram padronizadas pela população dos municípios (x1000/habitantes) e as análises comparativas entre os anos foram realizadas pelo teste de Wilcoxon (p<0,05), por porte do município. As cidades de grande (n= 22), médio (n=56) e pequeno porte (n= 322) mostraram redução na taxa de procedimentos odontológicos na APS em 2020 (p<0,05), menores para selamento de cavidades, acesso à polpa dental e biópsias. As taxas de primeiras consultas odontológicas e procedimentos preventivos, individuais e coletivos, reduziram independente do porte populacional. Nos municípios de grande porte houve maior queda nas exodontias de dentes decíduos (-96,7%) e permanentes (-96,6%) (p<0,05). Nos médios e pequenos houve maior queda nos procedimentos preventivos (p<0,001) e nas restaurações em dentes permanentes (-77,4% e -76,3%, respectivamente) (p<0,001). Houve redução na produção de procedimentos odontológicos ambulatoriais da APS durante a pandemia da COVID-19 nos municípios paranaenses, independente do porte municipal, com queda na realização de procedimentos preventivos e curativos. (Apoio: CAPES)PN0772 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Percepção da gestão de saúde bucal sobre o processo trabalho na Estratégia Saúde da Família com a Covid-19
Firmeza LMD, Freire-Júnior JLM, Silveira GM, Xavier LRM, Silva RADA, Almeida MEL, Teixeira AKM
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo do estudo foi avaliar a percepção dos gestores de saúde bucal do município de Fortaleza sobre o processo de trabalho do serviço de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família (ESF) durante a pandemia de COVID-19. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com os sete coordenadores de saúde bucal de Fortaleza, os quais foram entrevistados por meio de um roteiro semiestruturado e as entrevistas foram gravadas e transcritas. A análise dos dados foi feita a partir de categorias analíticas, identificando-se os temas mais recorrentes nas falas dos entrevistados. Para auxiliar a análise dos dados foi utilizado o software Nvivo. Os gestores de saúde bucal de Fortaleza relataram mudanças no processo de trabalho pós COVID-19 e destacaram como principais desafios o medo e a ansiedade das equipes de saúde bucal (ESBs), a dificuldade inicial de aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) e o fato de lidar com uma situação desconhecida. Foi relatada atuação das ESBs em ações destinadas à COVID-19, como na realização de Swab e teste rápido, organização do fluxo do serviço, monitoramento de síndrome gripal, notificação e participação na campanha de vacinação. Além disso, os gestores apontaram comprometimento dos atributos acesso, integralidade, longitudinalidade e coordenação do cuidado em saúde em decorrência do contexto pandêmico. Conclui-se que diante do contexto da COVID-19, os gestores relataram uma boa colaboração das ESBs diante das mudanças no serviço, perceberam o aspecto emocional como um grande desafio e que o cuidado em saúde bucal na ESF foi prejudicado.PN0773 - Painel Aspirante
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Prevalência e preditores do uso de mamadeira nos primeiros seis meses de vida do bebê: estudo de coorte
Melo LSA, Silva LF, Valsecki Junior A, Rosell FL, Silva SRC, Zuanon ACC, Tagliaferro EPS
Clínica Infantil - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARARAQUARA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo deste estudo de coorte foi investigar a prevalência do uso de mamadeira por bebês nos seis primeiros meses de vida bem como os preditores associados. Mulheres no terceiro trimestre de gestação, atendidas em uma maternidade pública de direito privado em uma cidade do interior paulista, preencheram um questionário sobre a intenção de ofertar mamadeira, informações da gestação e aleitamento materno e características sociodemográficas. Após o parto, 467 mães foram entrevistadas por ligações telefônicas ao longo dos seis meses de vida do bebê sobre o uso de mamadeira, características do parto, do recém-nascido, do aleitamento materno e informações sobre retorno ao trabalho. Foram realizadas análises descritivas dos dados e análises de associação por meio de modelos de regressão logística com nível de significância de 5%, tendo como desfecho o uso de mamadeira. A prevalência do uso de mamadeira no período foi de 52,5% e esteve significativamente associada ao retorno da mãe ao trabalho (OR=2,48; IC95%=1,54-3,97; p=0,0002), peso do bebê ao nascer ≤3,28 kg (OR=1,58; IC95%=1,07-2,33; p=0,0207), intenção de ofertar mamadeira relatada antes do parto (OR=2,51; IC95%=1,56-4,04; p=0,0002). Conclui-se que a maioria dos bebês usaram mamadeira nos seis primeiros meses de vida, especialmente aqueles cujas mães relataram retorno ao trabalho no período ou que mostraram intenção de ofertar o dispositivo ao final da gestação. (Apoio: CAPES N° 88887.483943/2020-00)PN0769 - Painel Efetivo
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
O crescimento intrauterino restrito está associado à cárie na primeira infância? Análise de coorte com equações estruturais
Fernandes JKB, Ribeiro CCC, Alves CMC, Sousa FS, Thomaz EBAF
Saúde Pública - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo foi testar a hipótese de que o crescimento intrauterino restrito (CIUR) é preditor da cárie na primeira infância (CPI) mediado por defeitos de desenvolvimento do esmalte (DDE) na dentição decídua. Para isso, foi realizado um estudo de coorte com 865 crianças (12-30 meses) nascidas em região socioeconômica desfavorável, no Brasil. A análise com equações estruturais foi utilizada para avaliar os efeitos diretos e indiretos dessa associação. As cargas fatoriais padronizadas e os valores de p foram estimados. O crescimento intrauterino restrito teve um efeito indireto e negativo na ocorrência de cárie em crianças de 12 a 30 meses de idade (-0,442; p <0,001), demonstrando uma associação inversa entre a CIUR e a CPI, mediada pelo número de dentes e pelo sangramento gengival ao escovar. A hipótese de que a CIUR seria preditor da CPI mediado pela DDE não foi evidenciada; mas, ao contrário, crianças restritas tiveram menor proporção de faces dentárias cariadas. Para os dados deste estudo, o CIUR parece não está associado com o risco de cárie dentária precoce na infância. (Apoio: CNPq N° 47923/2011-7 | FAPs - FAPEMA PRONEX N° 00035/2008 | FAPs - FAPESP N° 2008/53593-0)