A Gravidade da Cárie está associada à Carga de Inflamação Sistêmica de Risco Cardiovascular em jovens: dados Coorte RPS, São Luís-MA
Carneiro ALFC, Souza SFC, Costa SA, Alves CMC, Saraiva MCP, Thomaz EBAF, Ribeiro CCC
Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Perdas dentárias em jovens predizem risco cardiovascular décadas depois, entretanto os mecanismos subjacentes a essa associação permanecem desconhecidos. Nossa hipótese é que a gravidade da cárie aumenta a inflamação sistêmica de risco cardiovascular em adolescentes, mecanismo universal para aterogênese. O estudo é de base populacional e avaliou a associação entre gravidade de cárie e inflamação sistêmica no seguimento dos 18-19 anos da coorte RPS, São Luís-MA (n=687). A exposição foi a variável latente Gravidade de Cárie formada pela correlação dos indicadores índice de placa visível, número de dentes cariados e índice PUFA (polpa exposta, ulceração, fístula e abcesso). O desfecho foi a latente Carga de Inflamação Sistêmica de Risco Cardiovascular formada pelos níveis séricos das citocinas IL1-β, Il-6, Il-18, TNF-α e PCR. O modelo teórico foi ajustado para Situação Socioeconômica (escolaridade do chefe da família e do jovem, classe econômica Brasil e renda familiar) e para obesidade, por meio de modelagem de equações estruturais (Software Mplus). A melhor Situação Socioeconômica protegeu da Gravidade de Cárie (CP=-0,295; p<0,001). A obesidade (CP=0,288; p<0,001) e a Gravidade de Cárie (CP=0,143; p=0.013) foram diretamente associadas ao aumento da Carga de Inflamação Sistêmica de Risco Cardiovascular. Os resultados sugerem que o mecanismo da gravidade da cárie está subjacente ao aumento da inflamação sistêmica já na adolescência, suportando a abordagem preventiva e integrada das doenças cárie e cardiovascular direcionada aos fatores de riscos comuns. (Apoio: FAPEMA | CAPES | CNPq)COL006 - Prêmio Colgate Odontologia Preventiva
Área:
3 - Cariologia / Tecido Mineralizado
Análise in vitro da capacidade de soluções contendo fluoreto e/ou hexametafosfato na remineralização e na inibição proteolítica da dentina
Capalbo LC, Delbem ACB, Nunes GP, Matos AA, Fabbro RD, Oliveira RC, Buzalaf MAR, Pessan JP
Odontologia Preventiva e Restauradora - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARAÇATUBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo avaliou o efeito de soluções contendo hexametafosfato de sódio (HMP) e/ou fluoreto (F) como agentes remineralizadores e antiproteolíticos da dentina in vitro. Lesões de cárie artificiais foram induzidas em 2/3 da superfície de blocos de dentina radicular bovina (4×6 mm); cada bloco foi utilizado como seu próprio controle. Estes foram aleatoriamente divididos de acordo com as 10 soluções a serem testadas (n=10/grupo): Placebo; HMP (0,5, 0,75 ou 1,0%); NaF (250, 500 ou 1100 ppm F); 250 ppm F + 0,5% HMP; 500 ppm F + 0,75% HMP; e 1100 ppm F + 1% HMP. Os blocos foram submetidos a ciclagem de pH (7 dias), sendo tratados por 1 min, 2×/dia com as soluções. Foram determinadas a porcentagem de recuperação de dureza de superfície (%RDS) e a área integrada de dureza de subsuperfície (ΔKHN); os dados foram submetidos a ANOVA e teste de Fisher LSD (p<0,05). O potencial inibitório das soluções contra metaloproteinases da matriz (MMPs) -2 e -9 foi avaliado por zimografia. Uma relação dose-resposta foi observada entre as concentrações de F nas soluções e %RDS e ∆KHN. Para ambas as variáveis, as soluções contendo F + HMP promoveram um efeito remineralizador significativamente maior comparado aos grupos contendo apenas F. A análise zimográfica mostrou que o HMP (associado ou não ao F) inibiu completamente a atividade gelatinolítica das MMPs-2 e -9, nas 3 concentrações testadas. Concluiu-se que a adição de HMP a soluções fluoretadas aumentou o potencial antiproteolítico das mesmas, com efeitos significativos sobre o potencial remineralizador de lesões de cárie dentinária in vitro. (Apoio: CAPES N° Código 001 | FAPs - Fapesp N° 2019/02354-0)COL007 - Prêmio Colgate Odontologia Preventiva
Área:
3 - Cariologia / Tecido Mineralizado
Efeito de salivas artificiais no perfil microbiano e na desmineralização da dentina em modelo simulando cárie de radiação
Braga AS, Souza BM, Sassaki S, Vertuan M, Buzalaf MAR, Santos PSS, Magalhães AC
Ciências Biológicas - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - BAURU
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este trabalho avaliou o efeito de salivas artificiais enriquecidas com proteínas no perfil microbiano de biofilme microcosmo e na desmineralização da dentina irradiada. Setenta e duas amostras de dentina radicular bovina irradiada (70 Gy) foram utilizadas para a formação do biofilme microcosmo. Para tal, foi coletado o biofilme radicular de pacientes irradiados (70 Gy). As amostras foram expostas ao inóculo (biofilme + saliva McBain, 1:50), por 8 h. O inóculo foi removido e as amostras receberam saliva de McBain com sacarose a 0,2% por 16 h, completando o 1º dia. Do 2º ao 5º dia, as amostras foram tratadas diariamente (1 x 1 minuto/dia) com os seguintes tratamentos: 1) Saliva A (conteúdo inorgânico); 2) Saliva A + Hemoglobina 1 mg/mL; 3) Saliva A + Cane 0,1 mg/mL; 4) Saliva A + Hemoglobina 1 mg/mL + cane 0,1 mg/mL; 5) Bioextra® (controle comercial) e 6) Água. O meio foi trocado e as placas incubadas a 37º C e 5% CO2. O cultivo foi realizado em triplicata biológica (n=12). Realizou-se a contagem de UFC para Lactobacilos totais e Streptococcus mutans e a desmineralização foi analisada por TMR. Os dados foram comparados por ANOVA/Tukey ou Kruskal-Wallis/Dunn (p<0,05). Nenhuma saliva foi capaz de reduzir os microrganismos avaliados em comparação à água. As dentinas irradiadas tratadas com Bioextra® mostraram menor perda mineral integrada (475,0±287,8 vol%.µm) e profundidade da lesão (35,0±14,8 µm) em comparação à água (1566,7±256,9 vol%.µm, 80,7±18,0 µm). As salivas experimentais contendo proteínas não foram capazes de reduzir o desenvolvimento de cárie de radiação neste modelo. (Apoio: FAPs - FAPESP N° 2019/07241-0; 2019/21797-0; 2017/17249-2. | CNPq N° 145446/2020-4)