O tamanho da falha pode ser decisivo na escolha do material para reparo de restaurações? - Uma análise econômica
Freitas RD, Moro BLP, Passaro AL, Maia HCM, Tedesco TK, Mendes FM, Raggio DP, Braga MM
Odontologia Social e Pediátrica - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Essa avaliação econômica buscou verificar se o tamanho da falha influencia a relação de custo-efetividade (CE) em se usar o cimento de ionômero de vidro encapsulado (CIV) para reparo de restaurações em dentes decíduos. Utilizamos modelagem econômica, simulando a escolha do material entre CIV e sistema adesivo associado à resina do tipo Bulk fill (BULK). Árvores de decisão simples foram criadas para falhas maiores e menores, com horizonte de 1 ano e considerando as possíveis transições após o reparo (sucesso, falhas e esfoliação). Os dados para o modelo foram retirados de um estudo clínico em andamento que avaliou reparos feitos com CIV (Riva Self Cure, SDI) versus BULK (Filtek Bulk Fill e Filtek Bulk Fill Flow, 3M ESPE). Consideramos as probabilidades de transição observadas até o momento e o custo dos procedimentos no baseline ou da literatura. Análise de CE foram feitas com a perspectiva do sistema público de saúde. Custos (▲C) e efeitos (▲E) incrementais e a razão de CE incremental (ICER) foram calculados. Análises de sensibilidade consideraram as incertezas nesses parâmetros. Para falhas maiores, há a probabilidade de 76% do uso do CIV ser uma opção custo-efetiva para reparos comparado a BULK (▲C: R$8,23, ▲E=10%, ICER=689,97). Em falhas menores, a probabilidade do CIV ser custo-efetivo para reparos cai para 50% casos, associado a um ICER elevado (▲C: R$11,93, ▲E=0%, ICER=118.664,59) Conclui-se que reparar restaurações em dentes decíduos com CIV encapsulado parece ser uma opção custo-efetiva em comparação a materiais resinosos apenas para falhas maiores. (Apoio: FAPESP N° 2018/03199-6 | FAPESP N° 2018/20464-5 | CNPq N° 420458/2018-2)FC008 - Fórum Científico
Área:
4 - Odontopediatria
Características de referenciamento e absenteísmo de crianças em primeira consulta especializada em Odontopediatria no CEO-UFRGS
Gouvêa DB, Neves M, Rodrigues JA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo transversal teve o objetivo de avaliar as características de referenciamento e o absenteísmo de crianças de 3 a 11 anos em primeira consulta odontológica na especialidade de Odontopediatria no Centro de Especialidades Odontológicas da UFRGS (CEO-UFRGS). Foram selecionados 177 registros de referenciamento realizados pela Atenção Primária a Saúde ao CEO-UFRGS entre agosto de 2017 e dezembro de 2019. Foram excluídos 27 registros por apresentarem dados incompletos e 150 foram incluídos para análise. Análise descritiva foi utilizada para descrever as características de referenciamento dos usuários e a análise bivariada (teste t, Mann-Whitney, qui-quadrado e regressão logística) para avaliar a associação dos fatores com absenteísmo. Em relação ao sexo, 54,7% eram meninos e 45,3% meninas, com idade média de 5,48 anos (DP 1,81) na época de solicitação da consulta. Quanto ao motivo de encaminhamento (CID-10), 55,3% dos pacientes foram referenciados em virtude de doença pulpar ou periapical, e 41,3% por cárie dentária. A distância média entre as unidades de saúde que referenciaram usuários e o CEO-UFRGS foi de 11,58 km (DP 5,21). O tempo de espera médio para o agendamento da primeira consulta foi de 146 dias (DP 113,2). Houve associação estatisticamente significativa entre tempo de espera em dias e absenteísmo em primeira consulta especializada (p=0,011), e o OR foi de 1,003 (IC95% 1,000 - 1,006 p=0,027). Conclui-se que para cada dia de espera por consulta especializada em Odontopediatria existe um aumento de 0,3% na chance de a criança faltar à consulta.FC009 - Fórum Científico
Área:
4 - Odontopediatria
A personalidade do cirurgião-dentista pode influenciar no diagnóstico de cárie?
Maia HCM, Moro BLP, Paz RQ, Marconi MM, Crispim AC, Mendes FM
Odontopediatria - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - SÃO PAULO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo teve como objetivo analisar se traços da personalidade do cirurgião-dentista podem influenciar no desempenho deles na detecção de lesões de cárie. Para isso, 52 alunos de graduação em odontologia responderam ao questionário de personalidade IGFP-5R e avaliaram 31 faces de dentes decíduos exfoliados. O diagnóstico foi feito com o ICDAS, e os resultados foram comparados com a avaliação feita por examinadores de referência. Os dados de acurácia foram analisados em dois limiares: lesões iniciais (D1) e lesões severas (D3). Para cada examinador, foi calculado um valor de sensibilidade, especificidade e acurácia. A associação entre personalidade e esses parâmetros foram avaliadas por meio de regressão linear com variância ajustada por bootstrap. Para as 1.578 superfícies avaliadas, a relação entre escores atribuídos pelos alunos e escores dos examinadores de referência apresentou valores de Kappa não ponderado e ponderado de 0,287 e 0,466, respectivamente. Para os limiares D1 e D3, respectivamente, os valores globais de sensibilidade foram 0,917 e 0,501, de especificidade foram de 0,566 e 0,866 e de acurácia foram de 0,860 e 0,772. Para a associação com os escores de personalidade, foi observado associação estatisticamente significante entre os alunos com maiores escores no domínio de neuroticismo com a especificidade e acurácia no limiar D3. Portanto, pode-se concluir que alunos com maiores níveis de neuroticismo tendem a ter mais acertos na detecção de lesões em cárie, principalmente com relação a não indicação de tratamento operatório desnecessário. (Apoio: CNPq N° 130459/2019-4 )