Impacto da radioterapia no proteoma da película adquirida em pacientes com câncer de cabeça e pescoço: alterações ao longo do tratamento
Ventura TMO, Ribeiro NR, Taira EA, Souza-E-silva CM, Rubira CMF, Santos PSS, Buzalaf MAR
Ciências Biológicas - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - BAURU
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Radioterapia na região de cabeça e pescoço provoca uma redução drástica no fluxo salivar, afetando negativamente a cavidade bucal e ocasionando a cárie dentária. Assim, este estudo avaliou in vivo o perfil proteômico da película adquirida do esmalte (PAE) em pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP) tratados com radioterapia. Nove pacientes, após a profilaxia, tiveram suas PAE coletadas antes, durante (2-5 semanas) e após (3-4 meses) a radioterapia. PAE também foi coletada de nove pacientes saudáveis (controle). As proteínas foram extraídas em triplicata biológica e foram processadas por nLC-ESI-MS/MS. No total, foram identificadas 204 proteínas, dentre as quais 31 eram comuns a todos os grupos. Notavelmente, a proteína statherin e várias subunidades de hemoglobina aumentaram mais de 5 vezes durante a radioterapia em comparação com antes, enquanto as proteínas ricas em prolina, cystatins e histatin-1 (antibacteriana), diminuíram. Após a radioterapia, houve aumento da proteína lactotransferrin e diminuição das proteínas statherin e alpha-amylase. Quando comparado ao controle, PAE dos pacientes antes da radioterapia apresentou aumento de proteínas relacionadas à percepção de sabor amargo, mucin-7 e isoformas de amilase. Tanto o CCP quanto a radioterapia alteraram evidentemente a composição proteica da PAE. Esses resultados fornecem informações importantes para projetar produtos dentários mais eficazes para esses pacientes, além de contribuir para uma melhor compreensão das mudanças progressivas nas proteínas da PAE induzidas pela radioterapia. (Apoio: FAPESP N° 2017/05031-2 | FAPESP N° 2018/17860-6)COL011 - Prêmio Colgate Odontologia Preventiva
Área:
9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
A fluoretação da água de abastecimento público enfrenta as desigualdades raciais de cárie dentária em crianças e adolescentes Brasileiros?
Bomfim RA, Watt RG, Heilmann A, Tsakos G, Frazão P
Saúde Coletiva - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
O objetivo foi investigar a influência da fluoretação da água de abastecimento público (F) nas desigualdades raciais na prevalência e severidade de cárie dentária não tratada em uma amostra nacional de crianças e adolescentes brasileiros. Os dados vieram do estudo SBBrasil 2010. Os desfechos foram prevalência de cárie (proporção de indivíduos com um ou mais dentes cariados) e severidade da cárie (número de dentes cariados). Foram considerados três contextos de municípios brasileiros: 1-ausência de F; 2-presença de F e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); e 3- com F e alto IDH. A variável de exposição foram os grupos raciais (brancos, pardos e pretos) e as covariáveis de ajuste foram sexo, renda e idade. Regressão logística multinível e binomial negativa foram realizadas com 6.696 crianças e 11.585 adolescentes. As cidades não fluoretadas mostraram diferenças raciais significativas nos desfechos, tanto para dentição decídua quanto permanente. Adolescentes pretos apresentaram 67% mais chances de apresentar cárie dentária não tratada (OR = 1,67; IC 95%: 1,29, 2,15) e apresentaram maior número de dentes cariados (RR = 1,25; IC 95%: 1,07, 1,46) do que os brancos. O mesmo padrão foi observado na dentição decídua. Nenhuma diferença racial foi observada no contexto de cidades fluoretadas e com baixo IDH, confirmada pela análise de sensibilidade. Contudo, as desigualdades também estavam presentes nas cidades F e com IDH alto A fluoretação da água de abastecimento público alterou as desigualdades raciais na prevalência e severidade de cárie em cidades com baixo IDH. (Apoio: CNPq N° 153623/2018-7)