Análise dos Centros de Especialidades Odontológicas a partir da certificação do 2º Ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade
Lucena EHG, Lucena CDRX, Sena-Junior MR, Ishigame RTP, Figueiredo N, Goes PSA, Cavalcanti YW
Clínica e Odontologia Social - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Objetivou-se verificar a associação entre a certificação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no 2º Ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade do CEO (PMAQ-CEO) com características contextuais. Trata-se de uma pesquisa transversal, na qual foram analisados a certificação pelo Ministério da Saúde de 948 CEO. A variável dependente foi a certificação, por tipo de CEO, dicotomizada em baixo e alto incentivo financeiro. As variáveis independentes foram relacionadas ao contexto do serviço. Os dados foram analisados por regressão logística binária. Estimou-se medidas de razão de chance (OR) (p<0,05). Dos CEO certificados com alto incentivo, 38,2% eram da Região Sudeste, 42,6% de municípios com mais de 100 mil habitantes e 52,7% ficaram acima/muito acima da média no 1º ciclo do PMAQ-CEO. Observou-se que quanto maior o percentual no município de ESB classificadas como muito bom/ótimo no 3º ciclo do PMAQ-AB, maior a chance dos CEO I (OR=3,994; IC95%:1,875-8,507) e CEO II (OR=4,445; IC95%:1,809-10,919) receberam alto incentivo. A classificação muito acima da média no 1º ciclo do PMAQ-CEO foi associada à CEO II (OR=6,235; IC95%:2,628-14,788) e CEO III (OR=7,707; IC95%:1,116-53,213). Maior cobertura de ESB foi significativa para CEO I (OR=1,103; IC95%:1,003-1,023) e II (OR=1,011; IC95%:1,003-1,020). Os CEO certificados com alto incentivo financeiro no 2º ciclo do PMAQ foram associados a municípios com maior cobertura de saúde bucal, maior percentual de ESB bem avaliadas no 3º ciclo do PMAQ-AB e com alto desempenho no 1º ciclo do PMAQ-CEO.AO0023 - Apresentação Oral
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Estudo de associação genética e fatores de risco da Hipomineralização Molar-incisivo
Corrêa EG, Machado-Souza C, Moysés SJ, Rocha JS, Werneck RI
Odontologia - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
A Hipomineralização Molar-Incisivo (HMI) é considerada uma desordem de mineralização do esmalte dentário, afetando principalmente os primeiros molares e incisivos permanentes. Foi sugerido que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel no seu desenvolvimento, mas nenhum fator de risco conclusivo explica a fonte da doença. Durante o desenvolvimento embriológico da cabeça e pescoço, o gene do fator regulador do interferon 6 (IRF6) é um elemento chave para a formação normal da estrutura oral e maxilofacial, enquanto o fator de crescimento transformador alfa (TGFA) é um regulador celular essencial, atuando durante a proliferação, diferenciação, migração e apoptose. Neste estudo foi escolhida a hipótese de que esses genes interagem e contribuem para a predisposição da HMI, além de possível influência de fatores ambientais. A amostra foi composta por 100 participantes no grupo caso e 100 participantes no grupo controle, apresentando faixa etária entre 6 a 10 anos. Células da mucosa bucal foram obtidas por meio de bochechos com solução de glicose 3%. Efetuou-se a extração do DNA com acetato de amônio e EDTA. A amplificação do material genético foi conduzida por meio da técnica de PCR em tempo real com uso de sondas TaqMan®. O teste qui-quadrado foi aplicado para comparar as frequências alélicas e genotípicas entre os grupos. Neste estudo não foi encontrada associação estatisticamente significante para os marcadores genéticos selecionados e para os fatores ambientais investigados na influência da HMI. (Apoio: CAPES)AO0024 - Apresentação Oral
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Ser mãe de um filho com paralisia cerebral: percepção do momento do diagnóstico e da saúde geral e bucal da criança
Rabello F, Martins MB, Prado HV, Carneiro NCR, Martins RC, Borges-Oliveira AC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo objetivou analisar um grupo de mães de crianças com Paralisia Cerebral (PC) sobre o momento do diagnóstico e da saúde geral e bucal do filho. Utilizou-se a abordagem qualitativa, envolvendo entrevistas com 19 mães de filho com PC atendidos na Faculdade de Odontologia da UFMG, em Belo Horizonte. As falas das entrevistadas foram analisadas por meio da análise de conteúdo, sendo abordados três núcleos temáticos: diagnóstico de um filho com PC, saúde geral e saúde bucal. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG. Em geral, as mães relataram que o diagnóstico de um filho com PC ocasionou grandes mudanças no cotidiano da família, com aumento da responsabilidade dos pais, principalmente da mãe. As falas evidenciaram a forte influência do princípio biomédico, sendo a saúde associada com a ausência de doença e com práticas curativistas. Sobre a saúde bucal do filho com PC, as mães relataram grande preocupação com os hábitos de higiene bucal e visitas ao dentista. Práticas preconizadas pela mídia e serviços de saúde, como escovação dos dentes com frequência adequada, foram citadas pelas entrevistadas, sugerindo certo doutrinamento dos pacientes. O nascimento de um filho com PC provoca grandes mudanças no dia a dia do núcleo familiar. O princípio biomédico exerceu influência significativa na percepção das mães sobre a saúde geral e bucal, sendo a saúde percebida como ausência de doença e práticas curativistas. (Apoio: FAPEMIG)AO0025 - Apresentação Oral
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Alterações bucais pós tratamento oncológico: o impacto da quimioterapia e radioterapia
Machado BMSM, Fonseca LFFS, Bergo BR, Barbosa MCF, Oliveira EJP, Fernandes LA, Lima DC
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Este estudo avaliou a associação entre a presença de alterações bucais e o tipo de tratamento oncológico. Realizou-se um estudo transversal, epidemiológico, analítico, quantitativo e observacional com pacientes em tratamento do câncer frequentadores da Casa do Café da Associação dos Voluntários Vida Viva em Alfenas-MG entre 2017 e 2019. Por meio de entrevistas e exames clínicos, foram avaliadas condições sociodemográficas, saúde geral e bucal de 399 pacientes. Os participantes foram divididos em quatro grupos de acordo com o tipo de tratamento: nem quimioterapia, nem radioterapia; apenas quimioterapia; apenas radioterapia; quimioterapia e radioterapia. Independentemente de condições sociodemográficas, saúde geral e bucal, a combinação entre quimioterapia e radioterapia produziu maiores chances de desenvolvimento de alterações de paladar (odds ratio [OR]): 4,09; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 2,06-8,14; p<0,001), alterações alimentares (OR: 4,33; IC95%: 1,86-10,08; p=0,001) e feridas dolorosas (OR: 2,58; IC95%: 1,35-4,93; p=0,004). A quimioterapia associou-se à maiores chances de alterações alimentares (OR: 2,51; IC95%: 1,09-5,77; p=0,003) e de paladar (OR: 2,58; IC95%: 1,30-5,09; p=0,006). Enquanto que a radioterapia não se associou à nenhuma dessas alterações bucais. Os participantes submetidos à quimioterapia e aqueles submetidos à quimioterapia e radioterapia estão mais susceptíveis a desenvolver alterações alimentares, de paladar e feridas dolorosas.AO0026 - Apresentação Oral
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9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva
Modelando os caminhos na associação entre consumo de açúcares de adição, obesidade nas díades mãe-filho e carga de doença bucal na infância
Araújo SMP, Costa EL, Nunes AMM, Lima GQT, Ribeiro CCC
Programa de Pós Graduação Em Odontologia - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse
Com o objetivo de modelar os caminhos da associação entre o consumo de açúcares de adição e obesidade nas díades mãe-filho com carga de doença bucal crônica (CDBC) na primeira infância, através da modelagem de equações estruturais (MEE), partimos da hipótese que existe uma CDBC, a qual refletiria os indicadores da cárie e gengivite na primeira infância. Foi realizado um estudo de base populacional de pré-escolares (24-71 meses) de creches públicas, São Luís, Brasil (n=679). Foram analisadas as associações de fatores socioeconômicos, obesidade e consumo de açúcares nas díades mãe-filho com o desfecho CDBC na primeira infância, através da MEE. A CDBC, foi uma variável latente deduzida da variância compartilhada entre os indicadores índice de placa visível, gengivite e cárie. A CDBC formou uma boa variável latente (p<0.001); explicada pelo maior consumo de açúcar de adição pela criança (coeficiente padronizado [CP] = 0.208; p=0021). O maior consumo de açúcar pela mãe aumentou o consumo de açúcar no filho (CP=0.225; p<0.001) e teve efeito indireto aumentando aCDBC (CP=0.047; p=0.031). A obesidade materna foi associada a obesidade da criança (CP=0.136; p=0.048). Indicadores da cárie e da gengivite estão correlacionados entre si, sendo explicado pelo maior consumo de açúcares na primeira infância. A maior consumo de açúcares e também a obesidade estão associados nas díades mãe-filho. Abordagens para prevenção de doenças crônicas bucais deve ter foco no controle de fatores de risco comuns, e deve ser iniciada no início do ciclo vital. (Apoio: FAPEMA N° 23115 012534/2008-41)